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voltar | Saúde: poder masculino, sabedoria feminina

Em 17/11/2018 – Por Karen Garcia

A mesa “Saúde: poder masculino, sabedoria feminina” trouxe a saúde sob uma perspectiva cultural e enfatizou a necessidade de uma integração nas políticas públicas para garantir um atendimento eficiente para mulheres e LGBTQs. “O Brasil é o quinto país com maior número de feminicídio no mundo. Somos a nação onde, globalmente, mais se mata e morre LGBTQs. Isso sobrecarrega o Sistema Único de Saúde – SUS”, comentou Sônia Fleury professora e pesquisadora que é uma das idealizadoras do SUS.

A mesa foi composta por Edna Adan Ismail, fundadora e diretora do Hospital Maternidade, ativista reconhecida por sua longa dedicação à saúde pública e aos direitos das mulheres na África;  Sonia Hirsch, autora de 20 livros sobre temas fundamentais da saúde, como “Prato feito”, “Deixa sair” e “Só para mulheres”; Sonia Fleury psicóloga, mestre em Sociologia e Doutora em Ciência Política, e  pesquisadora do Centro de Estudos Estratégicos da FIOCRUZ.

Para Edna Ismail, o preconceito com as mulheres na área da saúde deve servir de impulsionamento para que sejam ainda melhores. “Quaisquer que sejam os obstáculos na sua carreira, você tem que acreditar em você mesma e seguir a sua paixão. Seja o que você aprenda ou o que faça. Assegure que será a melhor naquilo e vá em frente”, ressaltou a pioneira na luta para a eliminação da mutilação genital feminina no continente africano.

Aos 26 anos, Vitória Lourenço, pesquisadora e cientista social, conta que durante sua gravidez questionou o processo de obstetrícia e acabou se formando em doula e educadora perinatal. “Todos e todas nós em algum momento fomos gerados por uma mulher. É curioso olhar pesquisas voltadas para a temática materna e perceber que muitas das vezes não conseguimos entender as mães como mulheres também. É no mínimo contraditório tomar consciência de que a forma como as mulheres-mães são retratadas nas pesquisas sugere que elas são apenas números de uma estatística e resultados de uma equação”, refletiu Vitória ao comentar sobre o perfil das mulheres que morrem durante o parto no Estado do Rio de Janeiro.

Já Sonia Hirsch falou sobre a importância da prevenção e cuidados na promoção da saúde. “A saúde é um patrimônio. Segundo a OMS, os cuidados básicos são, em primeiro lugar, a promoção da saúde, seguida de prevenção às doenças, cura e reabilitação. Isso deve ser uma pauta de todos”, concluiu.

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